domingo, 4 de março de 2012

Resenha: Caçadores de Bruxas, Dragões de Éter

Nem sei por onde começar a resenhar esse livro. Sinceramente. Eu o adorei de diversas maneiras diferentes por ele simplesmente ser diferente daquilo que eu tinha lido até então. Eu já ouvi pessoas dizendo que o coto de fadas dela era diferente. Que as fadas delas eram diferentes e que o muno encantado delas também era original. Mas, francamente, na maioria das vezes eu não concordava. Mas eu não posso dizer isso de Nova Ether. Dificilmente. Primeiro que Draccon é muito corajoso por reunir todos os contos infantis e dar uma sequência a eles. Já devo ter dito isso aqui antes, mas é verdade. Esse tipo de coisas é muito propensa a críticas de diversas fontes e lados. Eu, por exemplo, sou uma daquelas que vai ficar pra sempre clamando para que Raphael Draccon jamais pare de escrever e ter boas ideias como essa. Dá pra ter uma ideia do quanto o livro me enfeitiçou.

Dito isso, agora acho que consigo começar.

Em Nova Ether reina uma Era de paz e tranquilidade após a Caçada das Bruxas que consagrou Primo Branford, o filho do moleiro, como um herói e o fez subir ao trono. Porém, não qualquer trono, mas sim no Maior Reino, Arzallum, tornando Primo o Maior de Todos os Reis. Embora a paz tenha sido conquistada com muito suor e luta, as coisas estão ameaçadas e não somente em Andreanne. Quando um pirata com título de crocodilo começa um sanguinário e perigoso conflito aportando em Andreanne, as coisas começam a mudar  e ficar no mínimo perigosas. E é então que ninguém mais pode ignorar o episódio da Casa de Doces ou da garota do maldito chapeu vermelho. Uma nova Caçada é iniciada, abalando os pilares grandes e fortes que sustentam o Grande Rei no seu trono.
Muitas pessoas antes citaram e eu posso repetir isso sem nenhuma dúvida: Caçadores de Bruxas é um livro espiritualista. Não de auto-ajuda como as pessoas automaticamente pensam quando ouvem essa palavra, mas sim de um espiritualismo sincero que é colocado nas páginas da fantasia como uma coisa essencial na vida de qualquer um. Particularmente, eu concordo com isso até mesmo aqui, na vida real, de modo que não achei nada espantoso o fato de um Criador precisar que os nova-etherianos pensem nele para continuar existindo e vice-versa. Mas, voltando ao livro e deixando de lado minhas crenças por alguns momentos, o livro nos ensina coisas - sim, ele o faz e você pode achar isso estanho em um livro de fantasia, mas abra sua mente por alguns minutos – e seu ensinamento principal, pelo menos no meu ponto de vista, é a importância de ter fé. Nós vemos isso de maneira clara nos personagens e nos acontecimentos. Um simples pedido do segundo príncipe Axel (adorei esse nome por motivos óbvios), uma prece silenciosa de Ariane Narin e até mesmo uma atitude inesperada (mas que devia ser esperada) da Rainha-fada Terra.
Verdade seja dita: eu me perdi no meio desse universo fantástico e me imaginei claramente nas terras de Nova Ether, assistindo a tudo com meus próprios olhos, navegando pelos túneis do tempo, transferindo éter, assistindo um troll cinzento e um Mestre Anão duelarem ensandecidamente e até presenciar um beijo sob o céu estrelado entre um príncipe e uma plebeia. Tudo é descrito de maneira minuciosa e de um modo que faz você devorar cada página esperando pela outra com mais ansiedade ainda e a história só te prende cada vez mais. É um livro que todos que sentem aquela curiosidade em saber o que aconteceu depois do ‘para sempre’ nos contos de fadas, definitivamente, deveriam ler.


SINOPSE
Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.

Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…
Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

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