Trabalho em uma empresa a 12 anos. No
inicio ela funcionava em uma casa, no bairro de Olaria no Rio de
Janeiro. Com o aumento do volume de serviço, foi necessário a expansão
da empresa e isto aconteceu. Mudamos para um galpão no bairro de
Bonsucesso, também no Rio de Janeiro, mais precisamente em frente ao
famoso Hospital Geral de Bonsucesso.
O Galpão havia sido reformado e
transformado em um prédio de 3 andares. No nosso andar, fizemos 5 salas
grandes, interligadas por um corredor que dava acesso a todas as
salas, cozinha e banheiros.
Logo no início das atividades no
novo local, eu já havia percebido a sensação de nunca estar só. Parecia
que havia sempre alguém observando o meu trabalho, mas isto não me
incomodava e em muitas vezes, até passava por despercebido.
Porém, com o passar dos meses,
algumas outras coisas começaram a acontecer, despertando a minha
atenção. Portas batiam ou abriam, passos no corredor eram ouvidos vindo
em direção a minha sala sem que ninguém entrasse nela, a torneira da
cozinha abria-se e fechava-se, enfim muitas coisas estranhas. Um dia
junto com os outros funcionários, começamos a comentar sobre estes
fatos e cada um relatou a experiência estranha que já havia presenciado
naquele lugar.
Embora as coisas fossem realmente muito estranhas, continuamos nosso trabalho, sem que estes fatos nos afetasse.
Mas as coisas começaram a piorar.
Agora já víamos vultos que entravam e saiam das salas, vultos que
passavam rápido por nosso lado, portas que batiam, barulhos de louça na
cozinha, enfim, nossa vida ali naquele lugar começou a ficar
insuportável, pois ninguém mais tinha tranqüilidade.
Um paraibano que também trabalhava
na empresa, era o mais descrente, até que um dia ele estava no cozinha
preparando um lanche, quando de voltou para a mesa de refeições, lá
estava sentado um homem branco, de roupas escuras e que o olhava muito
sériamente. Ao se deparar com aquela aparição, ele deu um grito e saiu
as pressas do local, desesperado e mostrando pavor. Todos correram para
saber oq eu se tratava e ele contou o que havia acontecido.
Uma certa vez tocaram a campainha
da porta, a secretária olhou pelo olho mágico e viu uma mulher negra,
vestida de preto, muito magra e com uma criança nas mãos. Ela
estarrecida chamou alguém que resolveu abrir a porta e nada havia no
lado de fora.
Eu possuía amizade com o os
comerciantes locais e resolvi perguntar aos mais antigos, se sabiam o
que havia sido naquele lugar. Todos diziam que ali era uma antiga
capela para velórios, muito utilizada por quem havia falecido no
Hospital que fica em frente.
Contei isto aos demais
funcionários e ninguém teve dúvidas da verdade. Ainda ficamos mais 3
meses naquele lugar, até que por necessidade de mais uma expansão, nos
mudamos para a Barra da Tijuca. Mas de vez em quando ainda comentamos a
respeito dos eventos que presenciamos naquele lugar.
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