quarta-feira, 14 de março de 2012

O Prédio Sinistro

Trabalho em uma empresa a 12 anos. No inicio ela funcionava em uma casa, no bairro de Olaria no Rio de Janeiro. Com o aumento do volume de serviço, foi necessário a expansão da empresa e isto aconteceu. Mudamos para um galpão no bairro de Bonsucesso, também no Rio de Janeiro, mais precisamente em frente ao famoso Hospital Geral de Bonsucesso.
O Galpão havia sido reformado e transformado em um prédio de 3 andares. No nosso andar, fizemos 5 salas grandes, interligadas por um corredor que dava acesso a todas as salas, cozinha e banheiros.
Logo no início das atividades no novo local, eu já havia percebido a sensação de nunca estar só. Parecia que havia sempre alguém observando o meu trabalho, mas isto não me incomodava e em muitas vezes, até passava por despercebido.
Porém, com o passar dos meses, algumas outras coisas começaram a acontecer, despertando a minha atenção. Portas batiam ou abriam, passos no corredor eram ouvidos vindo em direção a minha sala sem que ninguém entrasse nela, a torneira da cozinha abria-se e fechava-se, enfim muitas coisas estranhas. Um dia junto com os outros funcionários, começamos a comentar sobre estes fatos e cada um relatou a experiência estranha que já havia presenciado naquele lugar.
Embora as coisas fossem realmente muito estranhas, continuamos nosso trabalho, sem que estes fatos nos afetasse.
Mas as coisas começaram a piorar. Agora já víamos vultos que entravam e saiam das salas, vultos que passavam rápido por nosso lado, portas que batiam, barulhos de louça na cozinha, enfim, nossa vida ali naquele lugar começou a ficar insuportável, pois ninguém mais tinha  tranqüilidade.
Um paraibano que também trabalhava na empresa, era o mais descrente, até que um dia ele estava no cozinha preparando um lanche, quando de voltou para a mesa de refeições, lá estava sentado um homem branco, de roupas escuras e que o olhava muito sériamente. Ao se deparar com aquela aparição, ele deu um grito e saiu as pressas do local, desesperado e mostrando pavor. Todos correram para saber oq eu se tratava e ele contou o que havia acontecido.
Uma certa vez tocaram a campainha da porta, a secretária olhou pelo olho mágico e viu uma mulher negra, vestida de preto, muito magra e  com uma criança nas mãos. Ela estarrecida chamou alguém que resolveu abrir a porta e nada havia no lado de fora.
Eu possuía amizade com o os comerciantes locais e resolvi perguntar aos mais antigos, se sabiam o que havia sido naquele lugar. Todos diziam que ali era uma antiga capela para velórios, muito utilizada por quem havia falecido no Hospital que fica em frente.
Contei isto aos demais funcionários e ninguém teve dúvidas da verdade. Ainda ficamos mais 3 meses naquele lugar, até que por necessidade de mais uma expansão, nos mudamos para a Barra da Tijuca. Mas de vez em quando ainda comentamos a respeito dos eventos que presenciamos naquele lugar.

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